Destrave sua musicalidade
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A criatividade e a musicalidade podem ser aprendidas e treinadas também. Isso é que nos vamos fazer aqui.
Neste curso, voltado para guitarristas e violonistas principalmente, vamos aprender, através de técnicas práticas, a destravar sua musicalidade, aquela musicalidade que você TEM mas que está guardada lá dentro, adormecida, sem saber como fazer para se manifestar na sua música.
Podemos nos tornar criativos cada dia mais, e controlar, através de nosso instrumento, o grau de nossa musicalidade diariamente.
Neste curso você aprendera a fazer isto, aqui você vai aprender a se tornar um cara musical, que toca com o coração e emociona as pessoas com sua música.
Através de uma serie de exercícios práticos que serão apresentados, você será conduzido lentamente ate o seu interior mais profundo onde reside a SUA criatividade, a sua musicalidade adormecida.
Independentemente do seu nível instrumental, o curso vai te ajudar nesta tarefa. Ele vai te levar de tocar sem musicalidade, sem fluência criativa, para um nível criativo e musical sem precedentes vistos na sua vida até hoje.
Uma vez tendo acesso a esta “ferramenta” (que é sua e de mais ninguém) você verá resultados incríveis em sua maneira de tocar, e em outras áreas da sua vida também.
Você finalmente vai solar ou criar músicas tuas que você nem tinha consciência e nem desconfiava que poderia fazer.
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1De onde isso tudo surgiu?Vídeo Aula
Introdução
Esta pesquisa começou a mais ou menos dez anos atrás, quando reencontrei o material de um workshop que tive com Joe Diorio em 1985 na Itália, e decidi estuda-lo depois de ter ficado guardado anos. A apostila falava de Gesture Improvising, uma técnica que privilegia o uso da gesticulação no instrumento todo como meio de se conseguir maior liberdade criativa a ser aplicada na improvisação. A apostila, através de exercícios variados, quase todos baseados na livre gesticulação no instrumento todo, oferecia aos alunos uma possibilidade de expandir os seus limites criativos.
Baseando-me no material do Joe Diorio, em 1999, comecei a trabalhar os exercícios em mim mesmo primeiro e fiquei observando os resultados. Após quase um mês de pratica diária dos conceitos apresentados na apostila, gravei umas fitas que me deixaram espantado. Realmente o sistema funcionava. A minha criatividade tinha se desenvolvido repentinamente, eu nunca tinha tocado daquele jeito antes! A música parecia fluir tão bem que eu, que sempre me considerei um guitarrista medíocre, passei a gostar muito do que fazia. Neste tempo cheguei ate a considerar a possibilidade de me tornar um grande guitarrista. Continuei os meus estudos e segui adiante nas buscas e, após quase um ano de pratica do Gesture Improvising, decidi aplicar esta técnica em alguns dos meus alunos de guitarra e de piano, em principio com muita cautela. Passei a desenvolver, então, um tipo de metodologia diferente aplicável a cada aluno, pois é meu costume nas aulas particulares, oferecer um tratamento e um método diferenciado segundo as características e os pedidos de cada um. Os resultados não tardaram a aparecer, os alunos desenvolviam a criatividade nos seus improvisos, e a sua musicalidade em geral, do mesmo jeito que estava acontecendo comigo, ou seja, de uma forma espantosamente rápida.
Vários anos se passaram, e as inúmeras aplicações bem sucedidas em mim mesmo e nos meus alunos me levaram a necessidade de redigir um texto que pudesse ser usado para consulta ou como material de estudo a ser utilizado em cursos e/ou workshops. Comecei a procurar textos e materiais de outros autores, especialmente de psicologia e funcionamento do cérebro, para poder me aprofundar e inteirar ainda mais no assunto. Quanto mais me aprofundava nas experiências comigo mesmo, mais precisava de documentação comprovando e respaldando as minhas teorias empíricas. A pesquisa começou a tomar um vulto mais serio em 2004, quando as minhas elucubrações se traduziram em música de verdade. Formei uma banda com alguns dos meus alunos e comecei a aplicar a ideia na criação de música para ser ouvida pelo publico em geral. O resultado foi impressionante, e as gravações, mais uma vez, revelaram a veracidade das minhas hipóteses. A banda era composta por 2 contrabaixos, 2 guitarras (uma delas era a minha), 2 baterias e 1 percussão. Gravamos 3 discos em estúdio e uma pré-produção no meu estúdio caseiro.
O ultimo passo agora era passar este conhecimento e esta convicção para os demais com maior embasamento teórico, e foi assim que decidi procurar e consultar alguns profissionais da área de psicologia, para poderem me orientar acerca das complicações psicológicas e pedagógicas que o meu trabalho vinha levantando. Enfim, o resultado desta busca toda está contido neste curso que espero seja de grande utilidade para todos.
É o objetivo de todo o musico poder ser criativo a todo o momento para criar um solo bonito em qualquer ocasião que se apresente, seja ela gravação, gig ou show. Os tempos atuais cheios de cobranças, o ritmo acelerado da vida, a competição cada vez mais acirrada entre as pessoas (dos músicos inclusive) nos obrigam a serem criativos em TODAS as ocasiões que se apresentem. Não há mais chance para sermos criativos somente ALGUMAS VEZES. Infelizmente, não há mais lugar para profissionais maios ou menos bons, temos que ser muito bons naquilo que fazemos e temos que ser o tempo todo! E, na música, ser bom, significa ser criativo.
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2Fundamentos teóricos/práticosVídeo Aula
Minha crença
A ideia nasceu da crença que os dedos do músico estão diretamente ligados ao próprio inconsciente musical. Na música improvisada, precisamos de muita instintividade e pouco raciocínio, pois a frase musical é criada ao mesmo tempo em que a música que esta acontecendo e, o cérebro pensante, através de raciocínios lógicos, não tem velocidade suficiente para acompanhar a criação extemporânea de um fraseado (que tem que ser cada vez mais criativo e diferente) à medida que uma música rápida e cheia de acordes está sendo tocada. Por alguma razão, a ação dos dedos é muito mais rápida do que o pensamento racional, por mais rápido e treinado que ele possa ser. Para verificar isto os músicos mais avançados podem fazer a seguinte experiência: comecem a estudar qualquer exercício de técnica lentamente e depois gradativamente acelerem a batida do metrônomo. Após certo limite de velocidade, que varia de pessoa a pessoa, o pensamento não mais conseguirá acompanhar o movimento dos dedos e eles passarão a se movimentar sozinhos e instintivamente. Acredito firmemente que a expansão dos limites criativos no fraseado musical improvisado seja ligada a libertação dos movimentos dos dedos no instrumento (qualquer instrumento, inclusive a voz).
Vamos analisar a questão de outro ponto de vista. O processo criativo na improvisação segundo Jamey Aebersold acontece na sequência: 1. Cérebro, 2. Voz e 3. Instrumento. Segundo Aebersold as notas do fraseado criadas no cérebro, quase simultaneamente, podem ser reproduzidas com certa aproximação (dependendo da técnica vocal de cada um) com a voz e, finalmente, podem ser tocadas no instrumento com a afinação correta. Quando peço aos meus alunos para imaginar uma frase na cabeça, canta-la e reproduzi-la no instrumento, quase sempre obtenho na voz algo diferente do que sai no instrumento. Este processo é muito bom para o aprendizado básico do instrumento, mas lento demais para nos permitir chegar rapidamente aos limites da nossa criatividade. Demora anos de treino de percepção para afinar a nossa voz e mais anos ainda para reproduzir fielmente o nosso pensamento musical em nosso instrumento, e isso pra tocar "Cai Cai Balão" ou outras melodias simples. Nesta velocidade, quantos séculos iremos demorar em memorizar um solo do John Coltrane, canta-lo e reproduzi-lo fielmente no nosso instrumento? Isto sem contar que saber tocar um solo de Coltrane não nos coloca nem perto do mundo da criatividade e, sobretudo do nosso estilo pessoal e único. Estaremos apenas no inicio do caminho a ser percorrido! Olhando desta perspectiva da até pra entender a origem dos falsos mitos do tipo "jazzista tem que se nascer", "nem todo o musico pode improvisar", etc.
A dúvida que sempre me assolou foi: deve haver um meio mais direto, um atalho para se acessar todo o nosso conhecimento musical adquirido desde que nascemos ou até antes, e poder traduzi-lo instantaneamente em nosso instrumento. A primeira resposta que me ocorreu foi o instinto. Sim, mas como acessar o instinto? Foi assim que as minhas buscas, que culminaram neste trabalho, começaram. A independência dos dedos foi o estalo que faltava na minha cabeça para me permitir solucionar este puzzle.
De certa maneira a mente, quando induzida ao caos (através dos exercícios dos Dedos Livres), tende a criar uma nova organização daquilo. Partindo de uma organização mental para criar uma nova organização, não se consegue. Cada caos criado, tende a gerar uma nova organização; nada melhor do que isto por se tratar de criatividade, que precisa a todo o momento de novas formar se organização. Tentar sair de uma organização mental para uma nova organização, sem passar pelo caos, é praticamente impossível.
Todavia em momento algum, esta técnica quis se sobrepor ou eliminar as outras técnicas tradicionais de ensino da improvisação. Nas minhas aulas continuo usando o método Aebersold ate hoje e continuarei a usa-lo como também uso as mais novas tecnologias informáticas: Band in a Box, gravador de CD, etc. A ideia é trabalhar os dois lados, o racional e o instintivo ao mesmo tempo, para em algum momento eles se juntarem lá na frente e unidos compor o musico ideal que saiba trabalhar das duas maneiras, pois na nossa carreira, como na vida, às vezes precisamos ser técnicos e às vezes criativos ou os dois ao mesmo tempo. No próprio desenvolvimento do solo improvisado, como afirma Aebersold, precisamos de uma parte de criatividade para nos acharmos frases cada vez mais novas e de razão para nunca esquecermos em que parte do chorus a gente está, ou qual é a forma da música que estamos tocando, etc. Acredito que na hora da criação do solo a liberdade dos dedos tenha que ser oportunamente dosada. Somente após anos de treino na mesma música em todos os tons e em todos os andamentos, que poderemos nos entregar mais a liberdade dos dedos e pensar menos, ou até nada.
Chamei esta técnica de Dedos Livres por ser a liberdade e a independência dos dedos o aspecto mais importante a ser trabalhado.
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3Como começamos? Toque por toda a parte!Vídeo Aula
Toque seu instrumento por toda a parte
Comece tocando o seu instrumento por toda a parte (gesticulando). Relaxe seus dedos e comece a tocar a guitarra ou o violão, deixando que seus dedos o guiem. Lembre-se sempre da liderança dos dedos durante o exercício, pois a linha melódica criada nos sugere constantemente associações de intervalos já conhecidas que levam nosso pensamento para um nível mais racional, impedindo assim o fluir natural da criatividade. Exagere, exagere, exagere! Não tenha medo de ser considerado louco, faça as maiores doideiras com o instrumento! Jimi Hendrix, pra mim, deve ser considerado um exemplo completo de aplicação pratica dos Dedos Livres.
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4Coloque uma bateria e continueVídeo Aula
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5Coloque um baixo junto com a bateria e continueVídeo Aula
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6Coloque a banda toda e continueVídeo Aula
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7Coloque a base de uma música que você conheça bemVídeo Aula
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8Repita o processo integralmenteVídeo Aula
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9Dever de casa diário (ao longo do mês)Texto
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10Notas espaçadas (breves e semibreves)Vídeo Aula
Comece tocando notas de 1/4, 1/2 ou maiores e esteja certo de não começar em uma posição que você já domine. Relaxe seus dedos e comece a tocar seu instrumento por toda parte deixando que seus dedos o guiem. Não se preocupe como isto irá soar. Você está criando em um nível puro. Num dado momento mude para notas de 1/8, isto acelerará o processo. Faça a mesma coisa novamente com notas de 1/16. Tente este exercício lentamente por aproximadamente 5 a 10 minutos. Dê um intervalo e repita o processo.
Em seguida, repita o exercício prévio, mas prestando atenção nas notas que seus dedos estão tocando. Neste momento você está desenvolvendo seu instinto para criar e escutar o que você está tocando.
Agora escolha um Blues simples ou uma música que você conheça bem, para que você não tenha que pensar na harmonia dela. Guarde a harmonia em algum lugar na parte de trás de sua mente e comece a fazer os Dedos Livres usando o instrumento todo com a base de um sequencer ou Band in a Box tocando junto. Não toque o que você já sabe. Procure algo novo, relaxe e improvise. Se possível, grave tudo para monitorar seu progresso. Você está se divertindo? Faça frequentemente este exercício. 10 a 15 minutos de cada vez. Se você estiver cansado isto significa que você está pensando muito.
Neste momento, acrescente algumas figuras rítmicas aos exercícios acima. No começo, tente com alguma que você saiba bem e que já tenha usado várias vezes. De vez em quando acrescente uma figura nova. Escute os outros instrumentos para adquirir ideias novas.
Você ouvirá coisas que nunca esperaria ouvir, ainda mais tocadas por você mesmo. As ideias musicais que surgirão estavam ai já fazia algum tempo. Provavelmente você deve ter ouvido tal coisa num filme ou novela ou no radio anos atrás sem querer. Ficou gravado em algum lugar da memória onde somente o nosso cérebro criativo tinha acesso.
Já era hora de nós incorporarmos estas nossas ideias em nosso jeito de tocar.
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11Mais rápido (notas de 1/4)Vídeo Aula
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12Mais rápido (notas de 1/8 ou 1/16)Vídeo Aula
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13Repita o processo ouvindo!Vídeo Aula
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14Toque com uma base de uma musica que você conheceVídeo Aula
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15Acrescente figuras rítmicasVídeo Aula
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16Teste de conhecimentoQuestionário
Vejamos se você assimilou os conceitos apresentados ate aqui...
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17Improvisando com Combinações de Cordas (parte 1)Vídeo Aula
Improvisando com Combinações de Cordas
Improvisar em conjuntos de cordas para se conscientizar das diferentes áreas da escala do instrumento. O primeiro conjunto será as 4 cordas de cima; depois as 4 cordas do meio, e finalmente as 4 cordas de baixo.
Usaremos também 2 combinações de cordas, por exemplo: 1-2, 1-3, 1-4, 1-5, 1-6, 2-3, 2-4, etc.
O exercício será feito da mesma maneira que os anteriores tocando primeiramente mínimas e semínimas, depois colcheias e, por ultimo semicolcheias. Pode ser usada uma base de bateria para restringir nosso raio de ação.
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18Improvisando com Combinações de Cordas (parte 2)Vídeo Aula
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19Acordes novosVídeo Aula
Acordes novos
Para aprender novas posições de acordes ou mesmo acordes difíceis, relaxe os dedos e toque estes acordes em qualquer lugar da escala da guitarra em diferentes combinações e sequências, obedecendo a padrões rítmicos variados. Toque estes acordes primeiro lentamente e depois, com segurança, cada vês mais rápido. Faça isso aleatoriamente.
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20Preencher a escalaVídeo Aula
Preencher a escala
Improvise preenchendo a escala do instrumento uniformemente como um todo, sem nunca deixar alguma parte sem ser tocada. Crie um equilíbrio entre as partes que você já tocou e as que você vai tocar em seguida. Distribua também o tempo uniformemente entre as partes da escala a serem tocadas. Alguns instantes em cada região da escala são suficientes no começo. Adquirindo mais experiência este tempo de permanência em cada região pode ser estendido, mas sempre de maneira uniforme e proporcional.
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21Texturas e Efeitos EspeciaisVídeo Aula
Texturas e Efeitos Especiais
Ao fazer estes exercícios, descobrirá novas texturas no som do seu instrumento como também efeitos especiais, por exemplo: intervalos largos e diferentes, som alto ou baixo, glissando, ligado, palhetando perto da ponte, longe da ponte, hammer-ons, pull-offs e deslizando. Isto torna os Dedos Livres mais interessante ainda. Quanto mais ornamentações você acrescentar ao seu improviso, por mais tempo pode criar, pois cada nova textura acrescenta algo mais ao solo e este vai se estendendo cada vez mais.
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22VelocidadeVídeo Aula
Velocidade
A velocidade precisa de uma atenção especial. O fraseado veloz é difícil porque os movimentos requeridos são em maior numero no mesmo espaço de tempo de um fraseado lento ou médio. Como o fraseado veloz só pode ser realizado de forma inteiramente instintiva – ou podemos dizer criativa devido a estreita relação que existe entre os dois - o nosso pensamento racional tem que estar mais desligado ainda do que o normal. Por este motivo, o estudo da velocidade me parece ser o ponto alto do nosso treinamento.
Ao estudarmos a velocidade, temos que estar cientes do que o controle dos dedos tem que ser feito pelo instinto ou pelos próprios dedos em si. Deixando sempre que os dedos nos guiem, aumentam as chances de uma boa execução rápida. Por se tratar do ponto mais alto da nossa pratica, vou dedicar mais algumas palavras a este assunto.
Um dos segredos da velocidade é encontrar a leveza que nos temos inerente aos movimentos dos nossos dedos. Pra isto, primeiro precisamos tomar consciência das sensações de desconforto que experimentamos ao praticar e tocar. Até você fazer isto, não estará ciente das sensações que você deve ter para tocar bem. Vamos chamar essa sensação ou sentimento no corpo de “incrível leveza” (com a licença do Milan Kundera no seu best-seller “A incrível Leveza do Ser”). Esta sensação de leveza é o que faz você tocar rápido e preciso.
Infelizmente, por causa da ignorância de como praticar corretamente, os músicos demasiadas vezes criam para si uma situação que poderíamos definir de “incrível tensão”. Ter a consciência do estado de tensão ou relaxamento dos músculos é uma das coisas mais difíceis de fazer enquanto não estivermos no estado de criatividade. Na hora do estudo, temos que questionar a todo o momento se as tensões que experimentamos na aprendizagem de novas habilidades na guitarra são parte necessária do aprendizado. É obvio que, toda vez que desafiamos uma nova habilidade no instrumento, e assumirmos que pra isto precisamos deste esforço demasiado ou, pior, sentimos que deve ser assim, esta pratica tornar-se-á enraizada em nossa abordagem e ficará cada vez pior. Com isso, criamos um círculo vicioso que leva à frustração e ao tocar mal e sujo.
Podemos, e devemos aprender a fazer os movimentos com menos esforço. No entanto, quando tentarmos pela primeira vez, muitas vezes não conseguirmos sem gerar um monte de excesso de tensão. É continuando na pratica da libertação dos dedos que nos sentiremos eles a cada dia mais soltos e relaxados. Você deve começar a observar a sua própria ”tensão”, e substituí-la por "leveza", então você vai ver o seu nível elevar repentinamente, o que eu chamo de crescimento vertical (ou logarítmico).
Pra você que não acredita que pode tocar rápido e preciso fazendo o mínimo esforço necessário, tente fazer o seguinte: mova os dedos da sua mão no ar o mais rapidamente possível. Neste momento eles estão se movimentando, mas não ha nada onde eles encostem, portanto não produzirão nenhum som, nem ruído.
Tente fazer a mesma coisa em cima de uma mesa usando o mínimo esforço necessário pra produzir algum som, ou ruído. Esta ouvindo a velocidade dos sons produzida pelos seus dedos? Parece ate uma rajada de metralhadora! Esta é velocidade. Isso você consegue! Se no lugar da mesa eu puser um teclado, e você não colocar nenhum freio mental ou bloqueio de qualquer natureza, os ruídos da mesa irão ser substituídos por sons das teclas. Esta ouvindo a velocidade das sequencias de notas que seus dedos podem produzir agora? Tratar-se-a de notas aleatórias neste primeiro simples exercício, mas com tempo praticando, estas notas aleatórias irão ceder lugar para outras notas que você quiser tocar, notas suas, da sua música. Tenha paciência e acredite.
Vamos dedicar bastante tempo ao estudo da velocidade, pois ela esta estritamente ligada ao nosso estado instintivo que, por sua vez, esta estritamente ligado ao nosso estado criativo.
Sempre que fizer um exercício, como já falei anteriormente, faça-o nas 3 velocidades tradicionais: notas de ¼, depois de 1/8 e, por ultimo de 1/16. Se eu escolher uma velocidade media de 150 bpm tocando notas de 1/8, por exemplo, quando estiver passando para notas de 1/16, seria como se eu tivesse tocando notas de 1/8 em 300 bpm, que é uma velocidade básica muito aceitável em qualquer música rápida.
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23Praticar TríadesVídeo Aula
Praticar Tríades
Arpejos de Tríades costumam ser de difícil execução, pois quase nunca os treinamos. Fazer diariamente um pouco de Dedos Livres privilegiando estes tipos de arpejos. Tocar eles em todos os lugares da escala sem nenhum padrão preestabelecido, nem rítmico, nem lógico. Somente quando estiver dominando eles tecnicamente, passe a trabalha-los em bases com acordes e ritmo sempre instintivamente e sem raciocínio lógico.
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24Intervalos e Arpejos de 4aVídeo Aula
Arpejos de 4a
Muitos alunos me pedem como fazer pra ter um fraseado moderno e diferente. O que recomendo sempre é incorporar arpejos de Tríades ou intervalos de 4 a ao seu fraseado. Estes tipos de intervalos costumam ser de difícil execução, pois quase nunca ninguém os treina, por isto mesmo são pouco presentes na maioria dos improvisos e no fraseado da maioria dos músicos. Somente em músicos muito avançados escutamos este tipo de fraseado extensivamente e isto da um toque de modernidade aos seus solos que, sem duvida, seria muito interessante incorporar ao nosso manancial.
As dicas para incorporar estes “efeitos musicais” a nossa linguagem são: 1. Começar a escutar músicos que tocam estes intervalos em seus improvisos (Herbie Hancock, Scott Henderson, John Schofield, Woody Shaw, Randy Brecker, McCoy Tyner, etc. são bons exemplos) e 2. Fazer diariamente um pouco de exercícios de libertação dos dedos privilegiando estes tipos de arpejos ou intervalos. Estas duas ações conjuntas permitirão incorporar estes intervalos rapidamente a nossa maneira de tocar.
Exemplo de estudo dos intervalos de 4ª:
Primeiramente, toque estes intervalos em todos os lugares da escala do instrumento sem nenhum padrão preestabelecido, nem rítmico, nem lógico. Após três ou seis minutos deste exercício aleatório, coloque uma batida de bateria ou um metrônomo e siga-o. Preste atenção em duas coisas somente: 1. Deixar que os dedos o guiem, e 2. Tocar exclusivamente intervalos de 4ª.
Somente quando estiver dominando eles tecnicamente, passe a trabalha-los em bases com acordes e ritmo sempre instintivamente e sem raciocínio lógico. É sempre oportuno seguir uma sequencia de complexidade harmônica – primeiro somente um acorde tocando, depois passar pelos II-V-I em todos os tons (maiores e menores), depois um Blues e, por fim, Standards em ordem de complexidade crescente – do mais fácil para os mais difíceis.
Com o tempo (costuma sem muito pouco tempo – um mês ou dois) estes “efeitos musicais”, as quartas, ou as tríades, entrarão a fazer parte naturalmente da sua linguagem improvisativa criativa, sem que você faça esforço algum pra isso acontecer. Mesmo nas suas composições este material passara a aparecer naturalmente e em breve ira fazer parte de sua linguagem compositiva e improvisativa definitivamente.
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25Fraseado PentatônicoVídeo Aula
Pentatônicas
Estas escalas são peculiares, porque ao mesmo tempo que são super-básicas e todo o guitarrista usa e conhece, podem ser extremamente avançadas, se usadas de forma um pouco diferente.
Neste estudo vamos aproveitar para trabalhar os dois lados delas: básico e avançado.
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26Aprendendo HarmoniaVídeo Aula
Harmonia
A harmonia é parte integrante em 50% de peso no nosso instrumento, portanto, vamos fazer este exercício diligentemente 2 ou 3x por semana.
Parecido como os de notas sequenciais, o exercício de harmonia prevê que você gesticule no instrumento com 3 ou 4 dedos simultaneamente.
Basicamente a diferença entre este exercício e os outros é esta.
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27Rever os Pontos de Treinamento DiárioVídeo Aula
Rever os Pontos de Treinamento Diário
Ao fazermos a Dedos Livres diariamente descobriremos sempre novos pontos fracos que precisam ser trabalhados mais. Mude os seus pontos de treinamento diário de acordo com estas novas descobertas. Por exemplo, hoje verificou que não está conseguindo executar com facilidade os arpejos; então, adicione este ponto ao seu treinamento diário com os Dedos Livres.
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28Estudando Digitações de EscalasVídeo Aula
Estudando Digitações de Escalas
Estudar as digitações de todas as escalas (maiores, menores, blues, diminutas, etc.) dividindo elas em pequenas porções primeiro de uma ou duas cordas no máximo fazendo os Dedos Livres usando somente estas duas cordas e prestando atenção para usar somente notas da digitação escolhida. Somente mais tarde acrescentar outras cordas no seu improviso. As combinações de cordas podem ser 1-2, 1-3, 1-4, 1-5, 1-6, 2-3, 2-4, etc.
Somente no final use todas as cordas indistintamente. Nunca se esqueça de se deixar sempre guiar pelos seus dedos.
Se preciso for, podem utilizar as 5 ou 7 digitações como referencia visual inicial.
Porém, assim que tiverem acometido aos ouvidos o som delas praticando com a base, devem esquecê-las.
Ao aumentar a velocidade, o numero de notas aumenta consideravelmente no mesmo espaço de tempo.
Por este motivo, podem usar qualquer tipo de passagem cromática, be-bop, ou outras “approach notes” para preencher o espaço entre os graus da escala. Tomando cuidado, porém, em parar somente nos graus da escala estudada, enfatizando, assim, a característica sonora especifica de cada escala.
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29Praticar as músicas em todos os tonsVídeo Aula
Praticar as músicas em todos os tons
Os americanos, de longe os melhores instrumentistas do planeta nos gêneros pop, rock e jazz e blues, sempre promovem e sugerem, em todas as metodologias de ensino deles, o estudo das músicas em todos os tons. Concordo firmemente com esta posição e sempre tentei incorporar esta pratica no meu estudo. Nos Dedos Livres não é diferente.
Coloque no BiaB (Band in a Box) uma música qualquer que você já “acha” que domina e, a cada nova passada, tente praticar ela em um novo tom. Pode seguir a sequencia do circulo da quintas por praticidade. Sugiro também mudar o estilo, e o andamento de acordo com o novo estilo escolhido, a cada nova tonalidade.
Lute sempre para se libertar de associações mentais tais como shapes, sequencias de acordes, digitações, cifras, etc.
Desfrute do pensamento musical que agora já lhe pertence. Pense em termos musicais, em termos de sons. Lembre: o bom gosto musical tem que “mandar” em todas nossas escolhas na hora da criação, tanto melódica como harmônica. E o ponto de partida tem que ser o mesmo sempre: a liberdade dos dedos!
Arrisque colocando os dedos em novas posições a todo o momento.
Desfrute dos novos movimentos adquiridos através da prática dos Dedos Livres.
Toda a vez que surgir algum pensamento racional que o remeta a qualquer tipo de associação mental conhecida liberte-se dele imediatamente arriscando novos movimentos dos dedos. Isto lhe dará a energia e a forca básica para voltar imediatamente para o mundo da criatividade musical.
Umas palavrinhas sobre o tema. O tema é muito importante numa musica e, na maioria das vezes, precisamos toca-lo no inicio e no final da música. Peço que façam isto sempre, mesmo praticando a musica em todos os tons. A cada novo tom, desafiem achar a melodia dela no novo tom, de ouvido, aproveitando a facilidade que vocês vão ter graças a pratica dos Dedos Livres. Nunca façam cálculos teóricos e “intervallicos” para chegar a executar a melodia no novo tom. E melhor errar ate acertar de ouvido seguindo os dedos, do que usar a inteligência racional para chegar lá.
Uma palavrinha sobre harmonia. A harmonia também tem que ser reproduzida da forma correta na musica no novo tom.
Desafiem achar os acordes livremente, de ouvido, deixando que os dedos os guiem. Lembrem-se, “os dedos conhecem” música muito mais do que nos podemos imaginar. No inicio podem ter algumas dificuldades com isso, mas com paciência e dedicação, adquirirão tamanha confiança com os acordes que irão poder ate re- harmonizar uma música com extremo bom gosto e criatividade no próprio improviso.
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